segunda-feira, 19 de março de 2007

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE I

O Presidente Luíz Inácio Lula da Silva, há uma ou duas semanas atrás, assumiu que a Educação do Brasil era a pior do mundo. O que na realidade não foi nenhuma surpresa para quem faz uso e para quem lida no Sistema Nacional de Educação Pública. Que, aliás, por enquanto ainda continua sendo péssima, quando comparada com a dos demais países do mundo. No final da semana que passou o então Presidente da República, numa reunião com todos os seus ministros anunciou uma verdadeira revolução para a educação desta grande nação; tratava-se de um pacote de medidas, já amplamente conhecido como o PAC da Educação, através do qual dentre outras, ele destinaria mais de R$ 8 (oito) Bilhões nestes quatro anos de seu governo. Sabemos que o investimento na educação chega a 60 Bilhões por ano neste setor. O que representam, então 2 Bilhões a mais a cada ano? Isto na verdade significa somente 3% de aumento anual das verbas para educação, que se comparado com PIB brasileiro corresponde somente a 0,2%. É realmente ainda muito pouco.
O Ex-ministro da Educação, o Senador Cristovam Buarque disse numa de suas entrevistas que: "Investir na educação não é uma questão apenas de dinheiro" e sim de um bom projeto. Neste aspecto eu concordo em gênero, número e grau. E disse mais o Senador: "Se há um projeto correto, se os objetivos educacionais forem alcançados, não importa se o estado ou município onde a escola está localizada é pobre ou rica". A educação será de boa qualidade.
O que eu entendo, mesmo não sendo pedagogo, nem especialista, nem mestre em educação, apenas com o meu olhar e o meu pensar de quase trinta anos vividos exclusivamente como educador, é que o Ex-ministro quis dizer simplesmente que se o projeto for correto, tecnicamente viável, devidamente acompanhado e controlado de forma eficaz durante toda a sua trajetória de aplicação, desde a sua fase de implantação, desenvolvimento até o elo final, fulcro da questão que é a escola, o projeto tem tudo para dar certo. Ele está com a razão.
O que temos visto na relação governo-educação, é de certa forma a falta de interesse do primeiro para com o segundo, tomemos como exemplo as reformas em prédios escolares, começam mas não são concluídas; enquanto outras obras consideradas estruturantes realizadas em parceria com o governo estadual e municipal, como praças, avenidas, etc, que não deixam de ser importantes para uma cidade em crescimento, mas, não são mais importantes do que a educação, estas não sofrem processo de descontinuidade por falta de verbas. Mesmo assim fala-se em qualidade de educação.
Para se ter uma idéia da real situação, escolas existem, para não generalizar, que professores não dão aulas, fogem das salas de aulas como o diabo foge da cruz. Não têm o menor compromisso com a educação. Se estiverem em sala de aula, não valorizam seus alunos a ponto de motivá-los à aprendizagem. Existe ainda aqueles que por negligenciarem na sua lida pedagógica são benévolos ao registrarem avaliações de seus alunos, para que não sejam alvos de críticas, cobranças ou denúncias. Outros não têm responsabilidade ética-profissional, no que diz respeito aos cumprimentos do seu próprio dever ficando assim, sem condições de poder cobrar de seus alunos requisitos tais como: Direitos, deveres e por outro lado ficam sem respaldo de serem mediadores da construção da cidadania. Outros mais, regeitam cumprir com o seu papel que é fundamental dentro da Comunidade Escolar em busca de uma educação de qualidade. Estes são dentre muitos pequeninos vírus que infectam, contaminam e destroem todo o organismo do processo ensino-aprendizagem. Esta é a síndrome da escola sem qualiddade, que precisa ser combatida.
A escola é o fulcro da questão. A escola é o palco onde os atores do processo ensino-aprendizagem fazem acontecer à educação seja ela boa ou ruim. Uma das coisas mais importantes que precisamos fazer para alcançarmos nosso objetivo maior que é uma ESCOLA DE QUALIDADE, é treinarmos e capacitarmos nossos atores, mas, não somente TREINARMOS e/ou CAPACIOTARMOS , mas, acima de tudo COBRARMOS deles uma boa atuação, um bom desempenho, uma boa performance. Porque se os atores são bons eles transformarão uma peça por mais singela que seja, num belo e tremendo espetáculo.
Volto as palavras do ilustre senador Cristovam Buarque: "Investir na educação brasileira não é uma questão apenas de dinheiro".