
O Brasil tem um exército de cerca de 2 milhões de professores na Educação Básica, cujo heroísmo e dedicação permitem manter em funcionamento a rede de escolas públicas. Mas os professores estão desmotivados, por causa da má remuneração, da degradação do espaço de trabalho, da falta de equipamentos, dos resultados insatisfatórios do seu esforço. A maior parte deles hoje está sem motivação e sem formação para construir a escola do século XXI.
a) Apoio às leis em discussão no Congresso para criar um Piso Nacional de Salário para a Carreira de Professores.
b) Criação da Rede Nacional para a Formação de Professores.
c) Criação da Escola Nacional para Gestores Educacionais.
d) Retomada dos Projetos de Valorização do Professor.
e) Criação do Conselho Nacional de Magistério.
f) Implantação de uma Rede de Centros de Pesquisas e Desenvolvimento da Educação.
LEITURA CRÍTICO-REFLEXIVA
As 23 (vinte e três) propostas do Senador Cristovam Buarque para a educação deste país, quando analisadas percebe-se que são propostas que têm um compromisso com o futuro da educação desta nação. Não são propostas paliativas, não são propostas eleitoreiras, não são propostas enganosas. São propostas consistentes, simples até, que têm no seu corpo textual um nítido compromisso com a transformação do fazer pedagógico de um Sistema Educacional que já não representa mais o sistema ideal para o século que vivemos. Esse Sistema da forma como está, não mais atende as necessidades do tempo presente. Está ultrapassado, improdutivo e ineficaz. A maior prova do que estamos dizendo é a pouca procura pela escola, a evasão preocupante que tem início logo nos primeiros seis meses de aula e os resultados negativos que temos obtido, quando comparamos nossos resultados com os resultados de outras nações em estágios mais avançados (desenvolvidos).
Se erros existem, e sabemos que existem, ainda há tempo para corrigi-los, não podemos é fazer de conta que nada estamos vendo ou que tudo está bem. Porque nós enquanto educadores temos um compromisso profissional, ético e moral com esta nação. O analfabetismo é um mal que se tornou crônico, quando já devia ter sido erradicado. Vivemos em tempos pós-modernos. Tempos marcados pelo avanço tecnológico da informática e demais campos da ciência, mas ainda estamos implantando timidamente a inclusão digital e a maior barreira a ser vencida é o analfabetismo funcional de nossas crianças, adultos e idosos.
Os educadores chegaram ao mais baixo nível de degradação profissional, social e moral. A falta de formação para acompanhar a modernidade do tempo, a falta de ânimo para superar a desmotivação profissional, o descrédito social sofrido em decorrência da desvalorização profissional, o desgaste emocional proporcionado pelo desprazer do insucesso no seu trabalho e muitas vezes o desconforto do ambiente de trabalho (escolas funcionando em prédios totalmente inadequados, sem equipamentos necessários, etc.), esses e muitos outros fatores têm contribuído para o insucesso do nosso Sistema Educacional.
Mas ainda há solução. Muitas coisas ainda podem ser feitas. E com certeza serão. Quando o professor tiver a definição digna de um padrão mínimo de salário, formação compatível para o tempo em que vivemos, porque a nossa escola está com cem anos de atraso; dedicação exclusiva à sua escola, um ambiente agradável para trabalhar, nesse dia então, podemos dizer que a educação deste país mudou. Mas para que tudo isso aconteça, serão necessários gestos revolucionários nesse sentido.