terça-feira, 3 de julho de 2007

ANÁLISE CRÍTICO-REFLEXIVA DAS 23 PROPOSTAS PARA REVOLUCIONAR A EDUCAÇÃO BRASILEIRA DO SENADOR CRISTOVAM BUARQUE

5ª PROPOSTA – VALORIZAR, FORMAR E MOTIVAR O PROFESSOR.

O Brasil tem um exército de cerca de 2 milhões de professores na Educação Básica, cujo heroísmo e dedicação permitem manter em funcionamento a rede de escolas públicas. Mas os professores estão desmotivados, por causa da má remuneração, da degradação do espaço de trabalho, da falta de equipamentos, dos resultados insatisfatórios do seu esforço. A maior parte deles hoje está sem motivação e sem formação para construir a escola do século XXI.

a) Apoio às leis em discussão no Congresso para criar um Piso Nacional de Salário para a Carreira de Professores.
b) Criação da Rede Nacional para a Formação de Professores.
c) Criação da Escola Nacional para Gestores Educacionais.
d) Retomada dos Projetos de Valorização do Professor.
e) Criação do Conselho Nacional de Magistério.
f) Implantação de uma Rede de Centros de Pesquisas e Desenvolvimento da Educação.

LEITURA CRÍTICO-REFLEXIVA

As 23 (vinte e três) propostas do Senador Cristovam Buarque para a educação deste país, quando analisadas percebe-se que são propostas que têm um compromisso com o futuro da educação desta nação. Não são propostas paliativas, não são propostas eleitoreiras, não são propostas enganosas. São propostas consistentes, simples até, que têm no seu corpo textual um nítido compromisso com a transformação do fazer pedagógico de um Sistema Educacional que já não representa mais o sistema ideal para o século que vivemos. Esse Sistema da forma como está, não mais atende as necessidades do tempo presente. Está ultrapassado, improdutivo e ineficaz. A maior prova do que estamos dizendo é a pouca procura pela escola, a evasão preocupante que tem início logo nos primeiros seis meses de aula e os resultados negativos que temos obtido, quando comparamos nossos resultados com os resultados de outras nações em estágios mais avançados (desenvolvidos).
Se erros existem, e sabemos que existem, ainda há tempo para corrigi-los, não podemos é fazer de conta que nada estamos vendo ou que tudo está bem. Porque nós enquanto educadores temos um compromisso profissional, ético e moral com esta nação. O analfabetismo é um mal que se tornou crônico, quando já devia ter sido erradicado. Vivemos em tempos pós-modernos. Tempos marcados pelo avanço tecnológico da informática e demais campos da ciência, mas ainda estamos implantando timidamente a inclusão digital e a maior barreira a ser vencida é o analfabetismo funcional de nossas crianças, adultos e idosos.
Os educadores chegaram ao mais baixo nível de degradação profissional, social e moral. A falta de formação para acompanhar a modernidade do tempo, a falta de ânimo para superar a desmotivação profissional, o descrédito social sofrido em decorrência da desvalorização profissional, o desgaste emocional proporcionado pelo desprazer do insucesso no seu trabalho e muitas vezes o desconforto do ambiente de trabalho (escolas funcionando em prédios totalmente inadequados, sem equipamentos necessários, etc.), esses e muitos outros fatores têm contribuído para o insucesso do nosso Sistema Educacional.
Mas ainda há solução. Muitas coisas ainda podem ser feitas. E com certeza serão. Quando o professor tiver a definição digna de um padrão mínimo de salário, formação compatível para o tempo em que vivemos, porque a nossa escola está com cem anos de atraso; dedicação exclusiva à sua escola, um ambiente agradável para trabalhar, nesse dia então, podemos dizer que a educação deste país mudou. Mas para que tudo isso aconteça, serão necessários gestos revolucionários nesse sentido.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

ENTRE ASPAS

"Tal como a transformação da natureza, a transformação da sociedade é um ato de libertação. Cabe ao teatro de uma época científica transmitir o júbilo desta libertação." (Brechet).

“EDUCAÇÃO JÁ” SERÁ LANÇADO HOJE EM SALVADOR-BA

Hoje, na capital da Bahia, Salvador, foi lançado o movimento nacional em defesa por uma "Educação de Qualidade" para todos – "Educação Já" – Esse lançamento aconteceu às 08:00 horas da manhã, juntamente com a caminhada da Independência da Bahia, saindo do Largo da Lapinha, bairro da Liberdade, em frente ao Posto BR.

DEPUTADO ROGÉRIO MARINHO PROMOVE AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE EDUCAÇÃO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

A Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para discutir o analfabetismo infantil e os problemas da educação no Brasil. A propositura foi do Deputado Potiguar Rogério Marinho (PSB-RN). Esteve presente às discussões, o representante-adjunto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) no Brasil, Vicent Defourny, o mesmo afirmou que "o analfabetismo no Brasil é um problema preocupante e que o mesmo deve ser colocado no centro das políticas de educação, tendo-se que investir principalmente no processo básico da leitura".
Analisando a triste realidade da educação brasileira, o representante da UNESCO, no Brasil, Vincent Defourny, disse em Audiência Pública, na Câmara dos Deputados, 20/07, após ouvir relatos sobre a educação infantil de autoridades educacionais, que a primeira providência a ser tomada para se corrigir as distorções existentes na educação brasileira “é a valorização dos professores”.

Em Brasília-DF, grande parte das crianças que já foram alfabetizadas não consegue compreender textos básicos, disse a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), Maria Luisa Aléssio. Ela também citou 3 (três) fatores ligados à baixa qualidade do ensino no país: (1) – A dificuldade de acesso, (2) – A má formação dos professores e (3) – A infra-estrutura das escolas.
O Deputado Rogério Marinho (PSB-RN), mostrou sua preocupação em resolver as causas do analfabetismo, pois o país está retro-alimentando anualmente, o número de analfabetos. No Brasil, segundo Rogério Marinho, 55% de todas as crianças que chegam à 4ª série do Ensino Fundamental, não sabem ler nem escrever, estando assim todos esses alunos num estágio crítico de proficiência.
Segundo análises dos dados obtidos através de pesquisas realizadas por órgãos responsáveis por essa avaliação à nível nacional, é extremamente urgente que se busque mudar a metodologia do ensino, a pedagogia, a didática, enfim tudo para que se consiga realmente educar, para que se consiga fazer com que a criança aprenda a ler, escrever e entender.

ENTRE ASPAS

“A desigualdade social é uma das máquinas da fábrica da violência.” (Senador Cristovam Buarque - Trecho extraído do discurso proferido no Plenário do Senado em 29/06).

ANTEPROJETO DE LEI REGULAMENTARÁ GREVES NO SERVIÇO PÚBLICO

O Governo Federal concluiu na semana que passou um anteprojeto de lei que irá regulamentar as greves no serviço público. Bem sabemos que a questão salarial é uma briga antiga entre estado e servidores, questão de vital importância para o trabalhador brasileiro.
Esta lei regulamentará o direito de grave amparado pela constituição aos funcionários federais, estaduais e municipais, bem como, os funcionários das estatais. A minuta a qual foi apresentada à imprensa, contém dispositivos considerados duros pelos próprios técnicos que os elaboraram, como o que exige quorum de 2/3 (dois terços) da categoria para aprovar uma greve. Este dispositivo virá a ser uma carga muito pesada para o movimento trabalhista, haja vista, que grandes categorias não têm como mobilizar um número tão grande de associados. Para muitos essa proposta é considerada um grande absurdo. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos, lembrou que o Sindicato dos Professores do Ensino Profissional do Estado de São Paulo (Apeoesp), representa 150.000 associados. Dois terços seriam 100 mil professores. “Precisaríamos de um estádio para fazer a assembléia”, observou.
O anteprojeto prevê também a obrigatoriedade de se manter no mínimo 40% da categoria trabalhando, nas áreas consideradas “indispensáveis” à sociedade. Nesse tipo de categorias estão os serviços como atendimentos médicos, manutenção dos serviços de água, telefone e energia elétrica, atendimento a aposentados e também o controle do tráfego aéreo. Para muitos essa proposta é um grande absurdo.
Atualmente não existem regras para as greves dos funcionários públicos. A experiência mostra que o Judiciário tem interpretações várias sobre o assunto. Sem uma lei de greve bem regulamentada, não há base jurídica para julgar a legalidade ou ilegalidade de uma greve.
Essa minuta elaborada pelo governo terá que ser estudada e discutida com as Centrais Sindicais antes de ser enviada para o Congresso Nacional, entre o fim de julho e inicio de agosto. Junto deverá seguir também uma proposta que irá disciplinar os acordos coletivos no serviço público.